sexta-feira, 23 de março de 2012

#25

Hoje pela manhã
Me perguntei se era pecado
Te amar desse jeito

Deixando que as estrelas me encontrem
Fazendo com que eu chegue aos céus
Bem assim, sem sair do chão

Sem sequer tirar um só dedo
Da superfície que me sustenta
Sem fugir do amor que segura

Sem fazer algum esforço para ser feliz
Sem notar os aviões ao meu redor
Ou o ruído dos carros...
Seriam ônibus?

As estrelas se recolhem
Mas o perfume do seu dançar permanece
Junto de fragmentos que me compõem

E agora já não me pergunto mais
Se é pecado ou se deixa de ser
Este enorme e residente amor
Mas seria pecado deixar de ser feliz?

E as respostas voltam
Se intimidam
E se esvaem com o tempo...

terça-feira, 13 de março de 2012

#24

Quem sabe...

Posso fechar os olhos
Descansar depois de tudo
Encontrar cada vez mais os seus braços
E finalmente aquilo que procurei

Viver esperando estrelas...

Creio que não preciso mais
Há algo bem maior que elas
Bem maior que os astros

Liberdade...

O que nos permite respirar
Que tira todo o sufoco do peito
A não ser por essa saudade que aperta.

Aquele peso...

Não existe mais
Um alívio maior surge
E finalmente é possível sentir alguma paz
E aquela fé que move montanhas

Retorna aquela velha casa
Chamada...

Eu.



terça-feira, 6 de março de 2012

#23

Mas...

De que adianta guardar o amor
Dentro de suas mãos
Sem que ninguém veja?

E sem que você viva...

E porque ter tal vocação
Se esta só se faz
Perdida entre nada e
No meio de todos?

Que existência é essa
Que faz das lágrimas ricas
Tão importantes
Dolorosas e cheias de graça...

Que doença é essa
Que nos torna tão perdidos
Que nos faz quebrar regras
E sentir tal aperto

E que pecado é esse
Que aprendi a chamar
Não mais...
Não menos...
De amor.