Fecha as portas
Pois o frio que entra destroi a madeira
Corroe os pumões e sangra a carne
A alma escorre
Não trago sorrisos,
Mas o grito que o espírito exprime
Pra infinidade que lá fora existe
Peças que se desmontam em palavras
Malcriadas e insanas
Plenas de certezas desalocadas
As estações se bagunçam
A estrelas saem do lugar
A atmosfera nos comprime
As verdades se calam
Insanos dias de mentes despersas
Mostrando e entregando tudo aquilo oque não somos,
Mas oque desejamos
Não somos polídos como deveriamos
A sinceridade nos desarma
E como eu queria saber oque me cala
Não os meus olhos
Que vivem a se entregar as minhas vaidades,
Sempre cheios de verdade
Há quem os entenda
Assim como os que detesta
Sim, eu sei quem os ama
Então fecha essa porta
E nao deixa ninguém entrar
Essas madeiras já empenaram demais
E não querem se lembrar daquela tempestade vazia
Sem o meu eu que lá estava
Sem a segurança que foi levada
Sem a velha paz.