quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

#122

Fecha as portas

Pois o frio que entra destroi a madeira
Corroe os pumões e sangra a carne
A alma escorre

Não trago sorrisos,
Mas o grito que o espírito exprime
Pra infinidade que lá fora existe

Peças que se desmontam em palavras
Malcriadas e insanas
Plenas  de certezas desalocadas

As estações se bagunçam
A estrelas saem do lugar
A atmosfera nos comprime

As verdades se calam

Insanos dias de mentes despersas
Mostrando e entregando tudo aquilo oque não somos,
Mas oque desejamos

Não somos polídos como deveriamos
A sinceridade nos desarma
E como eu queria saber oque me cala

Não os meus olhos
Que vivem a se entregar as minhas vaidades,
Sempre cheios de verdade

Há quem os entenda
Assim como os que detesta
Sim, eu sei quem os ama

Então fecha essa porta
E  nao deixa ninguém entrar
Essas madeiras já empenaram demais

E não querem se lembrar daquela tempestade vazia
Sem o meu eu que lá estava
Sem a segurança que foi levada

Sem a velha paz.