quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

#71

Um homem que desenhava
A vida como bem imaginava
De forma irônica e às vezes torta
Com rabiscos que só ele conseguia entender

As telas e seus incontáveis
Desenhos e esboços
Diziam tudo oque queria

De amores às mais profundas dores
Das cores aos singelos abismos
Onde às vezes se encontrava

Que por fim se fazia tão normal

Algumas de suas obras
Demoravam a ser terminadas
Muitos detalhes, muitos rabiscos

As pontas dos lápis e pincéis
Já faziam parte do desenhista
Que por sua vez crescia

Talvez longe dos olhos ideais
Daqueles que deveriam enxergar
Que possuíam a tal sensibilidade

Que entendiam que cada pedaço de ponta que se desfazia
Era uma parte do desenhista que se desfazia

Que morria para dar vida

Suas pinturas brilhavam em seus olhos
Parecia que se copiavam dali para as telas
De uma forma mágica e inusitada

Para ele era algo tão normal
Que sua vida já possuía todo sentido
Fosse rabiscando ou colorindo

Sentado ao chão com seus velhos trapos
Com seu cão que estava sempre ali
Com suas mãos que não paravam

Ainda com muito para dar
E ainda com muito morrer.

domingo, 24 de novembro de 2013

#70

Brincando com palavras

Mas acho que não é para mim
Talvez você diga que sim,
Mas não vejo bem assim

Imagino que as palavras devem voar
Sempre soltas e livres
Felizes por assim estar

Pelos seus sons e formas
Conquistando do cego ao surdo
Do mudo ao leigo

Sem medo da simples existência

Tentar não por tentar
Mas por saber que sempre lá está

...Aqui, lá, acolá

Quem sabe num baú?
Tantas dessas ficam guardadas
Que mal sei como usá-las

Sorrisos, olhos, estrelas
Sempre estão à me guiar
Mesmo assim...

Parece que eu nunca chego...Aonde?

Lá naqueles adoradores
Adoradores de palavras perdidas
Que por alguns minutos

Esquecem que existem
Ou que ao menos fingem
Não morrer para si só

Pela dor desconhecida
Pela dor da ansiedade
E sempre pela dor de desejar

Pecados...
Pois contra nós
Os cometemos conscientemente

E por alguns minutos
De mera consciência
Nos entregamos uma vez mais

A palavras perdidas.





sábado, 9 de novembro de 2013

#69

Somos santos e demônios
Morrendo sobre a mesma carne
E agindo da mesma forma

Com obras interminadas
Fazendo péssimas escolhas
Sobre mil pensamentos

Se pode maquiar oque quiser
Querer guardar só para você
Que só os céus conhecem

Seja bom ou não...
A verdade paira sobre o mar aberto


Ela fica escrita nos olhos
As marcas não saem da pele
E as palavras ditas...Não valem a pena

A alma sente a dor do desgaste
Das palavras que ficam ao vento
E que quase nunca se vão

Certa vez te pegam de jeito
Derrubam oque conseguem
E mais uma vez se guardam


Onde ficam os heróis


Às vezes olhando para o nada
Ouvindo seus pensamentos
Procurando suas raízes

Presas sabe-se lá aonde

Penso que possa estar
Talvez em rochas fortes
Mas podem estar em terra seca

Onde nenhum só se mantém
Com água ou sem
Com frutos mas sem

Onde qualquer ponto de vida
Que se diga vida
Faz viver mais do que se deve

Mostrando a força de quem quer
Com um último suspiro
Ir além do que se pode

No meu caso
Serão sempre as estrelas
Sempre os sorrisos

Pois se refazem a cada dia
E me regeneram dando vida
E levando a morte da alma

Para cada vez mais distante de nós e de nossos sonhos...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

#68

Subindo em um balão
Sem rédeas, sem direção
Sem culpas ou perdão

Perdão por perder de vista
Toda vista que me deste
Mas já é hora de sorrir

Mais pelo eu, não pelo seu
Pois o que tens hoje é aquilo quizeste
E o meu é aquilo ainda quero

Seja lá o que for

E esteja onde estiver
É para lá que vou
Sem medo, sem dor

Com um suor de vencedor
Sendo apenas lutador
Com muita paz e quem sabe sem furor

As vezes com lágrimas
E algumas feridas
Que só o tempo pode curar

Pois isto se faz tão normal...

Viver e esperar, de esperança
Talvez um amanhã mais sorridente
E com um pouco mais de você

Desenhando sua vida
Com a alma e sem rascunhos
Sem magoar o amor

Que está a cada dia mais
Se despede em um balão
Que já se encontra bem distante

Entre nuvens e em pouco tempo
Nas estrelas...
Bem longe de nós...

Bem pertinho dos nossos sonhos.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

#67

Sinais

Construindo antenas
Tentando captar ondas
Que mal consigo decifrar

Procurando em cada uma delas
Respostas que não encontramos
Nem no rádio e nem na TV

Respostas essas que talvez
Façam o total sentido
Ou que me enganem

Por mais algum tempo

Me pego a pecar
Contra a crença do que somos nós
E do que existe por trás dos bastidores

O que existe em baixo das palavras,
Das pessoas que as dizem,
Entender que não estamos perdidos

Esquecidos por nossas crenças
Tomados por nossos desejos
Errando contra oque está certo

Montando antenas erradas

Em lugares errados
E distante daquilo
Que realmente interessa

Que se traduz no desejo
De captar cada vez mais
Sorrisos perfeitos

Que não se enganam
Com aquilo que está a sua volta
Que seja puro por ser puro

Que não seja mais uma utopia da minha cabeça
Ou um pecado que faça deste fardo mais pesado

... Que torne estes lombos mais cansados.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

#66

Vamos pensar...que...

Nem toda ira parte pela manhã
Talvez parte desta,
Mas não enquanto seus olhos estiverem a sangrar

Não há desculpas
Por meias palavras desatadas
Que mal se entendem entre si

Mal nos entendemos diariamente
Mal sabemos o que ou quem
Estamos dispostos a ser

Nem mesmo os espelhos sabem

Você faz suas palavras,
Você destrói seu carma,
Você respira por você

Mesmo assim
Cada manhã diz por si só
E te mostra por onde deve começar
Seja com lágrimas ou não

Basta abrir os olhos
Para ter uma grande idéia
De como será o seu dia
E ao se levantar

Tudo pode se esperar

Seu mundo poderá girar mais rápido
Sua respiração ficar mais forte
E o coração bater mais rápido

O mundo poderá ganhar
Todo sentido existente
E em outra hora
Se transformar o pior lugar para estar

Seja num dia de sol
Ou de chuvas torrenciais
No cair das flores
Ou no nascer das mesmas

E logo se aprende que nem tudo pode-se explicar.





sexta-feira, 29 de março de 2013

#65


Aqui é bem alto

Consigo ver o mar e seus barcos
Pessoas e suas vidas
O vento e o seu destino

As águas dizem o que querem
Se mexem como bem entendem
Enganam como bem sabem

Não há um limite para o mar
Nem mesmo aquele imposto pelo homem
Que cada vez mais

Perde o seu espaço

Pobres homens que a cada dia mais
Pensam conquistar com suas próprias mãos
Toda a ilusão dada pela vida

Pobres de nós
Que quanto mais amaduremos
Mais pensamos estar corretos

Quem mentiu para nós?

Quem sabe o mar e seus barcos
Ou as pessoas com suas vidas.
Talvez até o vento e os seus destinos

Que leva as águas e seus barcos
Que direciona nossas vidas
Que está sempre livre e esquece de si

Fazendo do mundo algo tão pequeno
E sendo assim
Cada vez mais limitado

Até mesmo para nós

Que acreditamos em mágica
Em verdades e mentiras
E no quão distante podemos ir

Por nossas ilusões mal criadas
E até por sonhos mal sonhados
E logo mal entendidos

Talvez por estupidez
Por falta de equilíbrio
E por pura humanidade

Afinal, sempre precisaremos desta.


terça-feira, 26 de março de 2013

#64


Longe daqui


Toda a inocência
Que havia naqueles olhos
E que todos admiravam

Não se sabe onde
Ou como se perdeu
Mas sabe-se que já não está mais lá

Sua direção não é a mesma
E parece que o principal
Perdeu completamente o sentido

Um sentido de pureza...

O coração se abre para ferir
Com a pequena desculpa
Que não passa de uma grande mentira

Que justifica o simples
A inocência que fora roubada
Longe das palavras e olhares

Entregues a carne
Que sem controle algum
Entrega seus maiores segredos

.... .... ....

Será que nossas palavras
Ainda conseguem explicar
Tudo o que se passa?

Parece que perdemos
A essência daquilo que somos
E não conseguimos mais encontrar

Ou talvez estejamos procurando
Algo que faça parte de outro alguém
Mas não do que realmente somos

Maldita incerteza
Que pairava sobre nossas cabeças
E que nada diziam

Que apareciam de repente
Na exatidão do equilíbrio
E nos derrubava no mesmo chão

Malditas ideias
Que se apartaram de mim
E me fizeram esquecer

Aquilo que eu sempre fui
Ou ao menos
Deveria ser.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

#63


Onde fica aquela vontade de chorar
Que se esconde
Bem quando mais desejamos?

Que pode expressar
Com apenas uma lágrima
Tudo aquilo que desejamos falar

Que retém dentro de nós
Sentimentos que por vezes
Nos destroem ou nos dão vida

Feliz tristeza fria...

Onde foi aquele cuidado
Que acaba com a tristeza
De mais uma criança

Ou o amor
Que sem qualquer esforço
Afaga nossas almas

Sem desperdício de tempo
Sem palavras necessárias
E que trazem de volta

Felicidades sem limites

Onde é que fomos parar
Ou o que de fato nos tornamos
Ao fechar de nossos olhos

Temos tanto para dar
Temos tanta capacidade
Pois sabemos ser melhores

Sendo exatamente aquilo que somos
Mas por proteção
Mal enxergamos

Por sempre estar com olhos fechados...


domingo, 3 de fevereiro de 2013

#62


Hoje em especial


Eu não falo apenas de um sorriso
Mas daquele sorriso que por sua vez
Que completa o meu

Que me ajuda sempre
A ter um pouco mais de paz
E a sonhar de forma inexplicável

Que me faz feliz
Simplesmente por ser como é
E por acreditar naquilo que sou

Sendo ou não o louco que digo ser

A dona desse sorriso
Gosta do sol e da luz,
Do que é culto e de mim

Do calor humano
E da frieza que convém
Quando se deve ou se merece

Acredita na felicidade
E me dá uma chance de da mesma
Todos os dias...

Quando diz que me ama

Quando acorda ao meu lado
E sorri, dizendo coisas enroladas
Ou com a cabeça em meu peito

É difícil explicar como em uma vida só
Aprendemos e desaprendemos
A maior arte que poderíamos

Não apenas arte de guerriar
Mas a simples arte
De amar e ser amado

São 365 dias
Exatamente 12 meses
Apenas 1 ano

De sonhos, verdades e amor.

Obrigado..

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

#61


Vivo neste lugar...


Onde as pessoas dormem de pé
Onde a cidade é vista em flashs
Onde a vida corre em círculos

A luz está sempre vindo
De encontro aos nossos olhos
E a paz é quase imperceptível

Muitas pessoas no mesmo plano
Muitos olhos virados para nós
Mais uma vez o tempo está a nos engolir

As horas não parecem estar ao nosso favor

Não sabemos oque tudo isso
Realmente importa para nós
Mas parece não fazer diferença

Indo e vindo
Assim como esperanças
Que vão e vem

Chegamos até a pensar
Que somos a cópia
De alguém que não conhecemos

Mas acho que essa parte...
...só diz respeito à mim

Nos encontramos em muitas palavras
Que em dia normal
Costumam não existir em nosso vocabulário

E a culpa é só nossa
Por este não ser extenso suficiente
E por não conhecê-las como deveriamos

Tornando-as cada vez mais
Longínquas e obsoletas
Bem como a simples vontade

De sonhar...de almejar
De dizer ou escrever
E quem sabe

Desistir daquele que não acredita.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

#60


O desafio muda a cada dia
E carregar nossas idéias
Torna-se bem mais complexo

Há quem possa crer
Mas também aqueles
Que pouco desejam saber ou entender

Que gritam ao seu redor
Que tiram seu foco
Que não acreditam

Afinal, vozes não sabem ouvir...

Elas são tão importantes
Que se ao menos soubessem
Se calariam por alguns minutos

E assim teriam grandes idéias
Como a de ganhar o mundo
De um jeito mais fácil

Não pela força
Nem pela sua altura
Mas com seu carisma

Ganhando sorrisos e felicidade

Mas ouvir a própria vontade
Mostra a falta de importância
Doada a cada um

Fazendo com que tudo
Permaneça em inércia
Em desânimo, sem esperanças

Acho que eu mesmo devo admitir
Que não consigo mais
Com as forças que me foram dadas

Só nos resta seguir em frente
Encarar oque ali está...
Tentar esquecer a dor das palavras

...é o início de mais um dia...

Não sabemos oque esperar
E não temos mais surpresas
Mas sabemos oque guardamos dentro de nós.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

#59


É um início triste


De mais uma música
Que não conseguimos parar de ouvir
E que nos contamina aos poucos

Que não nos faz mal algum
Mas do contrário disso
Nos permite o auto conhecimento

Você enxerga o seu âmago
Como nunca imaginou
E descobre que oque tem ali

Coisas boas e ruins

Talvez por isso
A existência do medo,
Da descoberta adiada

Por existir o medo
De uma suposta mudança
Que ocorre todo segundo

Não por questão de mágoas
Pois tanto as doadas quantos as recebidas
Ensinam a viver cada vez mais

Mas por uma questão
De descoberta de capacidades
E de permissão a si mesmo

Afinal...o que somos nós

Tantas coisas boas e ruins
Que fica difícil de ouvir a própria voz
No meio de tantas outras

Chegamos à determinados lugares
Em que a desistência da audição
Nos vence por poucos pontos

Fazendo esquecer então
Cada minuto passado
Que só aquelas músicas

Sabem e podem nos levar

À esperanças...


segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

#58


Poderia escrever qualquer palavra
Que magoasse ou lhe tirasse o sorriso
Mas isso acabaria por tirar também o meu

Aprendi que o teu sorriso
Só existe quando você ganha
Mas que tudo tem o seu tempo

Esteja na terra ou no mar
Dando ou não os seus ouvidos
O tempo tem tentado explicar-te

Quanto já foi vivido
Para que fosses tolo o suficiente
E não percebesse que existem espinhos a sua volta?

Muitos que te amavam
Saíram feridos pelas tuas palavras
E hoje preferem se afastar

Para que não se machuquem mais

Seus ouvidos cansaram de ouvir
O sim desistiu de aceitar
E o não, não quer mais disso

Há limites para tudo
Então permita-se quem quiser
Mas os meus ouvidos

Não deixam mais magoar o meu coração

Eles ja tentaram demais
Entender tudo aquilo
Que a lógica e a razão não enxergam

Tentaram entender
O que de fato dói
E por que só eu me importo

A questão é que aprendemos
A nos respeitar cada vez mais
Até percebermos que somos alguém

E que ninguém tem o direito
De destruír sonhos sejam de quem for
Pois também acredito
Que TODOS tem o direito

De serem felizes como bem quiserem

Eu não sei oque você fez
Com as chances que teve
Mas sei que você fez o seu caminho

E infeliz ou não
Com sucessos ou não
A sua vida foi você quem fez

...Jamais diga por simplesmente dizer
Ou respire somente por respirar
Apenas sorria quando existir felicidade
E mesmo que não seja a sua
Alegre-se com aqueles que a compartilha com você. ..

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

#57


O tempo voa...


E as palavras ditas
Parecem não envelhecer
Tendo valores como relíquias

Guardadas em nossas mentes
Divididas entre a mais dura razão
E sentimentos que o coração afirma

Sempre pensei que
Através de um conjunto de palavras
Pudéssemos ir mais longe

E descobri que podíamos ir à muitos lugares

Um jeito de sair deste plano
E encontrar tudo aquilo que se desejava
E jamais poderia...

É tão bom estar aqui

Esquecer do tempo
Das horas que passam por nós
Que só deixam histórias para contar

Lembrar oque cada música representa
O que cada poema significa
E o que cada palavra pode resumir


Letra após letra


Tudo funcionando como códigos
Que transformados em melodias
Tornam nossos dias bem interessantes

Não importando que seja um após outro
E oque as rotinas venham nos dizer
Afinal quem as permite somos nós

Donos de nossas incoerências
Das horas vividas e as vezes mal entendias
Por escolhas bem ou mal feitas

Então descanso em pensamentos...

Me deixando voar assim como o tempo
Sem me importar, ou procurar
Um caminho por onde devo ir

Mas com certezas que não me deixa enganar











terça-feira, 15 de janeiro de 2013

#56


Há um tempo atrás
Li que deveríamos
Abraçar os nossos sonhos

Ouvi dizerem por várias vezes
Que eu não deveria
Desistir daquilo que eu mais queria

E que deveria lutar
Não importava o quanto
Mas que eu deveria vencer

Por tantas vezes eu tentei
E por muitas tive êxito
Mas  as glórias perderam o brilho

A maioria delas esquecidas
Guardadas em algum baú
Que com um pouco de esforço

Conseguimos encontrar e abrir

Pedia tanto aos céus
E esquecia-me de muito
Daquilo que tenho hoje

Sempre me perdendo
Pelas coisas que os olhos vêem
E logo passam a desejar

Sem qualquer controle
Como se estivessem famintos
Desejando tudo oque não deve

Sem controle do próprio ego
Com medo do  interior
E me assustando com oque está aqui fora

Então me recolho à mim

E quanto mais vejo oque temos por dentro
Mais me assusto, mas não fujo
Passando lutar com o impossível

Mantendo um controle temporário, imperfeito, cego
Mas sem agredir oque está fora

Conseguindo alguns sorrisos
E fazendo destes
Os meus simples sonhos

Os quais não me canso de sonhar.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

#55


Sem palavras para começar...

Apenas a decepção
Pelas meias palavras ditas
De forma pobre e infeliz

Poderia traduzir aquela voz
Num pouco daquilo
Que lembrava violação

Me parece tão fraco
Que não vale apena
Magoar-se com tão pouco

Tão pouco de mim...

Que viria a me entristecer
Caso este viesse a ser
Tudo aquilo que sou hoje

Ação que causa reação
Não deixando escolhas
Se não por um coração

Que bate e nos torna mais humanos

Que nos faz fortes
Para enfrentar dia após dia
O fardo de dormir e acordar

Sem saber oque a manhã guarda
Se sol, chuva, flores, tempestades
Sempre estaremos a espera

Mas nem sempre teremos
As respostas que procuramos
Sejam elas quais forem

Só nos resta esperar...

Para que faça sol ou chuva
Ou qualquer coisa que por fim
...nos traga respostas.

Poderíamos esperar
Que estas viessem sim
Dos olhos de alguém

Mas na maior parte do tempo
Estes mesmos olhos
Se fazem fechados

Mostrando a verdade
E que esta pouco importa
Se perdendo em silêncio

Nos mantendo inertes.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

#54


Existe um dom
Que fica adormecido
Bem no fundo de nós

Parece difícil dizer o que é
Mas também parece ser
Tão involuntário

Alguns usam e machucam
Outros trazem alegria
E outros mais


Tentam amar...


É inùtil fugir da vida
Que castiga e ensina
A nos defender

A ferir e ser ferido
Seja com classe ou simplesmente
Com ódio e muita fome

É um jogo apertado

Não há espertos ou certos
Para todo tempo
Um dia tudo se desfaz

E o pó volta ao pó
O que verdadeiramente
Nunca deixou de ser

Certas vezes
As nossas esperanças
Parecem tão fracas

Que chegam a partir
Nos deixando um adeus
E um grande buraco no chão

Então somos obrigados a recriá-la

Mantendo a crença
De que ao fim de tudo
Já teremos aprendido a viver

Não importa como.


segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

#53


Ele disse bom dia!

Para a moça
Que mal sabia respirar
E que o esperava passar todos os dias

Para aquela pessoa
Que o olhava torto
Pensando que ele era um qualquer

Para aquele ser
Que o desprezava
Apenas por pensar que ele era um idiota

Ele disse bom dia
Simplesmente por dar bom dia

Mas também porque
Há um dia atrás
Ele queria ver sorrisos

E percebeu que tudo
Tinha um tom acinzentado
Sem aquilo que realmente nos faz diferentes

E com tudo aquilo que nos torna iguais

Não é egoísmo pensarmos em nós mesmos,
Porém, é tão doloroso
Quando sabemos que a nossa volta

Não há mais ninguém

De que não existe vida ou
Ar que possa ser renovado
Por um simples sorriso

Do qual eu mesmo
Não consigo viver
E por minha vez, não deixo de lembrar que

Um sorriso nos traz de volta a vida
Todos os dias

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

#52

Sim

Eram luzes que subiam ao céu
Sem qualquer ajuda sequer
E mesmo assim faziam nossa noite

Pés se acomodavam no chão
Enquanto alguns olhos cansados
Assistiam o melhor espetáculo acontecer

Uma mágica em 3D
Criada por olhos e mente
Sem se esconder do verdadeiro "eu"

Os céus e a terra
Pareciam se encontrar
Diante de muitos que admiravam

...E se apaixonavam...

A noite parecia ser de todos aqueles
Que tinham fé, e que tinham vida
Mesmo tendo uns mais que os outros

Tudo era repleto de calor
Que subia em forma de vapor
E se perdia para o sempre

E para o nada

Por um minuto, nós realmente parecíamos
Estar além e tudo e de todos
Mas inclusive de nós mesmos

Que outrora corríamos atrás de ventos
E acabávamos por nos perder
Em mundos que jamais gostaríamos

...Talvez os nossos...

Mas hoje amamos o fardo
Que nos trouxe ao início
De mais uma temporada da vida

Tão amada por esses olhos

Que cansados ou não,
Conseguem enxergar o sorriso daquele que ama
E que ama o tremor daquilo que sente
Pois seu coração ainda bate

E há de bater por muito...