domingo, 24 de novembro de 2013

#70

Brincando com palavras

Mas acho que não é para mim
Talvez você diga que sim,
Mas não vejo bem assim

Imagino que as palavras devem voar
Sempre soltas e livres
Felizes por assim estar

Pelos seus sons e formas
Conquistando do cego ao surdo
Do mudo ao leigo

Sem medo da simples existência

Tentar não por tentar
Mas por saber que sempre lá está

...Aqui, lá, acolá

Quem sabe num baú?
Tantas dessas ficam guardadas
Que mal sei como usá-las

Sorrisos, olhos, estrelas
Sempre estão à me guiar
Mesmo assim...

Parece que eu nunca chego...Aonde?

Lá naqueles adoradores
Adoradores de palavras perdidas
Que por alguns minutos

Esquecem que existem
Ou que ao menos fingem
Não morrer para si só

Pela dor desconhecida
Pela dor da ansiedade
E sempre pela dor de desejar

Pecados...
Pois contra nós
Os cometemos conscientemente

E por alguns minutos
De mera consciência
Nos entregamos uma vez mais

A palavras perdidas.





sábado, 9 de novembro de 2013

#69

Somos santos e demônios
Morrendo sobre a mesma carne
E agindo da mesma forma

Com obras interminadas
Fazendo péssimas escolhas
Sobre mil pensamentos

Se pode maquiar oque quiser
Querer guardar só para você
Que só os céus conhecem

Seja bom ou não...
A verdade paira sobre o mar aberto


Ela fica escrita nos olhos
As marcas não saem da pele
E as palavras ditas...Não valem a pena

A alma sente a dor do desgaste
Das palavras que ficam ao vento
E que quase nunca se vão

Certa vez te pegam de jeito
Derrubam oque conseguem
E mais uma vez se guardam


Onde ficam os heróis


Às vezes olhando para o nada
Ouvindo seus pensamentos
Procurando suas raízes

Presas sabe-se lá aonde

Penso que possa estar
Talvez em rochas fortes
Mas podem estar em terra seca

Onde nenhum só se mantém
Com água ou sem
Com frutos mas sem

Onde qualquer ponto de vida
Que se diga vida
Faz viver mais do que se deve

Mostrando a força de quem quer
Com um último suspiro
Ir além do que se pode

No meu caso
Serão sempre as estrelas
Sempre os sorrisos

Pois se refazem a cada dia
E me regeneram dando vida
E levando a morte da alma

Para cada vez mais distante de nós e de nossos sonhos...

terça-feira, 5 de novembro de 2013

#68

Subindo em um balão
Sem rédeas, sem direção
Sem culpas ou perdão

Perdão por perder de vista
Toda vista que me deste
Mas já é hora de sorrir

Mais pelo eu, não pelo seu
Pois o que tens hoje é aquilo quizeste
E o meu é aquilo ainda quero

Seja lá o que for

E esteja onde estiver
É para lá que vou
Sem medo, sem dor

Com um suor de vencedor
Sendo apenas lutador
Com muita paz e quem sabe sem furor

As vezes com lágrimas
E algumas feridas
Que só o tempo pode curar

Pois isto se faz tão normal...

Viver e esperar, de esperança
Talvez um amanhã mais sorridente
E com um pouco mais de você

Desenhando sua vida
Com a alma e sem rascunhos
Sem magoar o amor

Que está a cada dia mais
Se despede em um balão
Que já se encontra bem distante

Entre nuvens e em pouco tempo
Nas estrelas...
Bem longe de nós...

Bem pertinho dos nossos sonhos.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

#67

Sinais

Construindo antenas
Tentando captar ondas
Que mal consigo decifrar

Procurando em cada uma delas
Respostas que não encontramos
Nem no rádio e nem na TV

Respostas essas que talvez
Façam o total sentido
Ou que me enganem

Por mais algum tempo

Me pego a pecar
Contra a crença do que somos nós
E do que existe por trás dos bastidores

O que existe em baixo das palavras,
Das pessoas que as dizem,
Entender que não estamos perdidos

Esquecidos por nossas crenças
Tomados por nossos desejos
Errando contra oque está certo

Montando antenas erradas

Em lugares errados
E distante daquilo
Que realmente interessa

Que se traduz no desejo
De captar cada vez mais
Sorrisos perfeitos

Que não se enganam
Com aquilo que está a sua volta
Que seja puro por ser puro

Que não seja mais uma utopia da minha cabeça
Ou um pecado que faça deste fardo mais pesado

... Que torne estes lombos mais cansados.