terça-feira, 13 de novembro de 2018

#121

Num momento de culpa
Que chamo de meu
E mal consigo disfarçar

Não pela culpa
Mas pelo peso em mal saber dizer
Oque se passa com este ser

Pois não são palavras
Mas parte do eu
Que não se abre

Que simples fecha
Que não enxerga
Que só  deseja

E não se entrega

São passos tão amenos
Que mal despertam o sono leve
Ou mal se atreve

A tal verdade que escurece
E se aquieta ao lado de seus inquietos demônios chamados de lúcidos

Que não se perdem
Pois se conhecem
Te conhecem

Dançam e lhe encantam

Vivem. . . Se desfalecem

Revivem.

#120

Não procurei os erros
Eles apareceram e de uma só vez
Limitaram nossos horizontes

Cheios de traços e rabiscos
Mais perecendo que explicando
Suas tão profundas raízes

Difusas, confusas, distintas
Sempre e sempre
Por todas as direções

Amargas,
Que nascem minúsculos
Se tornam maiúsculos

E engolem suas próprias raízes

As vezes quadradas,
Nunca redondas,
Sempre erradas

Com um toque de mágica
Que chamo de margem
Que chamo de traje. . .

Ultraje

Que confunde o são
Engana o mentiroso
E diz-se louco por prazer

Não  se julgue

Apenas respire esse ar
Impuro e irreal
Que faz da paz um mero sonho

Que faz você.

#119

São apenas quedas

Que lhe dão novos ossos
Um novo álibi
E novas quedas

Que nos levam a conhecer o chão
A nossa base
E a nossa voz

Podemos ser mais que uma queda
Podemos ser mais que nossas palavras
Podemos ir além de pensamentos

Mas qual o caminho da verdade?

Nos expomos a feridas
Cada uma com um apelido ou um nome entre linhas
Porém nunca menores que as anteriores

No chão, um pedaço  de nós
Que se desatam a cada inspiração
E se amarram na transpiração

A vida em nossas mãos
E mais um refrão da inspiração
Que nos tira do chão

Nos levando alto
Sempre acima de nossas cabeças
Para mais uma possível queda fugaz

Onde seus olhos não possam ver

Longe daqui
Onde se possa esconder
Onde se pode sangrar em paz

De mim pra mim
Sem olhares de Dó ou de Si
Que não se precisem explicar

E vos deixe descansar em vossa loucura
Do amor de Si
Que desce ao Lá

E termina em Mi.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

#118

Maldita onda
A onde que destrói  oque vê
Dos desacordos aos mais lúcidos

Que nos carrega ao fundo de nós
E parte sem se despedir
Num só  passo
De uma só vez

Nos deixam ao acaso
Ao esmo do medo
Sem qualquer sinal

Sem ar

Levante
E não importa onde esteja
Se invada e faça entender a si mesmo

No escuro da sua imensidão
Nos destroços sem explicação
No seu eu sem chão

E então mova-se
Não de volta, ao zero,
Mas na sua direção

A frente dos olhos vermelhos
Qua mal enxergam
Que se abrem e se despedem

Da sua imensidão