segunda-feira, 21 de outubro de 2019

#126

O dom do exagero
E da falta de compostura
Pela paixão que sempre foi tua

Cresço,
Subo e desço degraus
Somente pra ouvir as buzinas

Os pés  cortados
E a sensação de inqueitude,
São somente um pouco mais de razões

Pra ouvir a tal melodia

Traduções turvas
Que os raros enxergam
Ou entendem por frações

Um pouco de desequilíbrio
Pelas criações que voam alto
Como baleias aos céus

Pequeninas estrelas
Vistas de nossa janela
Que se desfazem em insípidas ilusões

Só os olhos puderam guardar

Nada,
Nada precisa ser explicado
Se souber que:
Aqueles nunca estiveram marcados

Jovens,
Amantes que sonham alto
Que desejam queimar o oceano

Temos gasolina o suficiente
Para assistir tudo explodir
De mãos dadas

Basta que encontremos
Todas as luzes vermelhas
Que costumavam nos guiar

Frações...

Millenium...

Sooh.  .  .









terça-feira, 23 de julho de 2019

#125

Nem que eu tivesse todas as palavras
Marcadas em cada parte do meu corpo
Eu as entregaria a você

Nem mesmo a beira da morte
Ou a beira deste precipício
Ou até mesmo de outro abismo

Guardaria o sufoco na garganta
E não  permitiria que este monstro
Pudesse ver as luzes uma só vez

Sabemos bem onde estamos
E cada passo de imperfeição
Desenha aquilo que somos

Nós perfeitos
Solfejos
A paz não nos encontra

O ombro quer sustentar o mundo
Pelo acalento dos sorrisos
Que não se perdem

Que se repetem
E vos enganam
Dia após dia

Aguardando os melhores dias

Que a sorte nos encontre
E nós aceite como bem somos
Não importa como

Nos leve pra passear
E pelos braços,
Nos ensine a continuar

A dançar a valsa da vida
Que nos leva ao mesmo lugar
Cada vez mais e mais

Ao início do "sim".


terça-feira, 16 de julho de 2019

#124

Oque queremos?

Ser o desejo mais avassalador
Daqueles que não nos veêm
Que não nos ouvem

Queremos beber do veneno
Que não nos mata
E que nos faz agonizar

Queremos que a alma saia
E retorne ao mesmo lugar
Com a vontade de pecar de novo

E de novo, e de novo

Queremos ser o pensamento
Que enlouquece a cada segundo
A cada milésimo, a cada quarto

Queremos ser lembrança
Que mata de saudades
E que enlouquece os sentidos

Queremos ser a vontade
Que não sacia
Mas que vira vício

A vertigem de um prazer
Sem fim, extremo
Massivo

Queremos ser a nostalgia
Da melhor época  da vida
De uma história ideal

Queremos oque não é perfeito
Oque nos causa a dor
De um amor tranquilo

Queremos o beijo que não termina
E a paixão que nos fulmina além das linhas
Além da vida

O amor que não existe.







segunda-feira, 15 de abril de 2019

#123

Balões

Que voam alto
E se encontram onde não podemos chegar
Que só aprendem subindo cada vez mais

Suas cores
Deixam cada vez mais meus olhos.
Sua essência, apenas mais perto

Encontro o abismo e as cores,
Que continuam subindo
Se despedindo

Mas pra onde?

A loucura que se repete
Infinita e "desaberta",
Fixada no que chamo de "tela"

Em balões diversos
Encontro as cores que rabisco
Desfaço planos, disfarço vozes

Salto afim de tocar as cores
Que estão longe demais,
Perto demais

A céu aberto, encontro o secreto
Desfaço segredos
Entorno desejos

Me jogo no rio
E me deixo descer
Me deixo encontrar

Onde estamos?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

#122

Fecha as portas

Pois o frio que entra destroi a madeira
Corroe os pumões e sangra a carne
A alma escorre

Não trago sorrisos,
Mas o grito que o espírito exprime
Pra infinidade que lá fora existe

Peças que se desmontam em palavras
Malcriadas e insanas
Plenas  de certezas desalocadas

As estações se bagunçam
A estrelas saem do lugar
A atmosfera nos comprime

As verdades se calam

Insanos dias de mentes despersas
Mostrando e entregando tudo aquilo oque não somos,
Mas oque desejamos

Não somos polídos como deveriamos
A sinceridade nos desarma
E como eu queria saber oque me cala

Não os meus olhos
Que vivem a se entregar as minhas vaidades,
Sempre cheios de verdade

Há quem os entenda
Assim como os que detesta
Sim, eu sei quem os ama

Então fecha essa porta
E  nao deixa ninguém entrar
Essas madeiras já empenaram demais

E não querem se lembrar daquela tempestade vazia
Sem o meu eu que lá estava
Sem a segurança que foi levada

Sem a velha paz.