Ao olhar as horas
Enxergamos o presente se espremendo
Dentro de nossas janelas
Segundo a segundo,
E temos um passado cada vez mais recente
De um presente que só vimos passar
Pensando no nada
Talvez pegando um ar para o próximo segundo
Que também se vai
Ou melhor dizendo,
Se foi . . .
Cada nota por pensamento criado
E alguns segundos a serem contados sem os dedos
Dedos que escrevem suas loucuras na areia e deixa o mar as levarem junto dele
Sem remorsos, em paz
Seus devaneios escritos por linhas leves
Ao som da própria respeiração e do mundo a sua frente
Mais alguns segundos
E o sentimento dos segundos voando bem em frente aos nossos olhos
Nos afoga
Não deixam o gosto
Se vão como as palavras ao mar
E terminam seguindo sem se explicar.