quarta-feira, 9 de março de 2022

#135

Vicio.

No abstrato indecorável
Que se renova com os dias
E que não traz sossego

Não acalenta e não permite.
O sono que revigora a alma
Se distancia e não me abraça

Tão importuno e tão sem forma,
Ou talvez de todas as formas,
Que se redesenha a cada vista

Mas nenhuma apresenta oque procuro

A arte de se manter a postos
Por aquilo que me subtrái
Em tantas partes diferentes

Que explicar a si mesmo
Perde a total naturalidade dos blocos
Que só as vezes

Chamo de eu

Sem a forma desejada
Ou de pensamento apropriado
Com sorrisos descalços

Me chamo de abstrato.