segunda-feira, 29 de outubro de 2012

#46

No limite de nossas vozes

Até onde puder chegar
Para que não se importe,
Caso venha se perder

O céu não é o limite
E afinal, de qual deles
Ousaríamos dizer?

Parece estar tão longe
Esta liberdade com a qual
Sonhamos e inventamos

Já dizia eu
"Pobres pássaros"

Pois voam,
Mas por todas as vezes
Voltam ao solo

Como num momento único
De fechar os olhos
Ou no abrir dos braços

Encontrando a perfeição do alto
Esquecendo o solo que nos segura
Abandonando o que para nós
Não faz diferença

Que bom que nossas dores
Não alcançam os céus
E não tocam nossas asas

Pois se acontecesse...

Nossos olhos se abririam
E nossas asas se fechariam
Nos deixando a deriva.

Descendo...descendo...

Descendo.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

#45

Sejam os céus
Cheios de graça e formosura
Cheios de nuvens e doçura

Como aquilo que sentimos
E desde o início acreditamos
Dando os nosso votos

Há quem possa nos enganar?

Os trilhos seguem na mesma direção
E os rabiscos no chão só afirmam
Pois são todos nossos

Olhos preciosos
Que hão de me olhar todas as manhã
E me dizem claramente

Que não há amor tão lindo quanto o nosso

Para que fique claro
Tudo isso vai além de um sonho
Com todas as coisas que sempre quis

E como pensamentos...

O perfume daquilo que sempre pintei
Com características que só os sonhos conhecem
Com olhares que eu sempre desejei

Trazendo a mim a certeza
De que Deus sempre esteve por aqui
E de que o mesmo nunca...

Nunca se esqueceu de nós