quarta-feira, 7 de outubro de 2020

#133

De longe

Todas as luzes que vejo
Não passam de pontos
E sinceramente mal posso ver

O mar daqui se faz tranquilo
E o barco faz a viagem sem qualquer tremor
A vida parece inabalável

Pessoas que pouco falam
Também encontram as luzes
Mas não se importam tanto

Quanto a aquele menina. . .

Ela pensa na vida
Pensa nos sonhos
E no fundo busca caminhos

Ela quer chegar à todos
Quer percorrer cada um
Mas se tivessem alguns atalhos. . .

Talvez pudessem ser utilizados
Talvez fossem sem graça
Talvez ela faça

Seus grande olhos
Trazem uma esperança
É difícil explicar

Algumas palavras que poderiam,
Não chegam próximo do que se sente
E seus poucos movimentos
Ainda tiram o fôlego

De volta as luzes

Tentando encontrar algumas respostas
Que nem seus mapas, mais conhecidos por ela
Poderiam lhe entregar

E aqueles atalhos. . . .

Talvez sejam encontrados
No fechar dos olhos
Na mais profunda paz

No inspirar
No inflar dos seus pulmões
E nos sonhos ainda guardados.

Ela por ele,
Ele por ela.




terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

#132

Concentro o ódio e o aperto
Nas palavras que apertam
E cada parte do corpo

O ar é escasso
E tenta -se aproveitar 
O pouco que resta

Janelas fechadas
Portas que não se abrem
O mundo fechado

Preso em suas mãos 

Sem amor pela solidão 
Seu amor pelo meu
Meu amor pelos céus 

E realizo a ideia
Que tudo não passa
Das pequenas coisas

Que não possuem
E não precisam de explicação 
Venha de onde for

Eu prefiro que nao cheguem em mim

Como balas perdidas
Que simplesmente 
Nos tem como alvos

Sufocados por esperar
Ansiosos pelo nada
Observando oque nos mata

Aleatório 
Cego
Sempre insípido 

E sempre um pouco mais
Perto do que imaginamos
Da falta de algo

Que não sabemos dar nomes
Que não sabemos a forma
Que chamamos de . . . 


Vontades

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

#131

Gravidade

Que já não causa medo
Nem da queda e nem das leis
Que machucam a cada segundo mais

Quando se descobre
Que és  feito do traço mal feito
Imperfeito

É aí que passamos a enxergar
Que tudo a nossa volta
Não passa da mais pura imperfeição

Que alimenta dia após dia

O presente se repete
O amanhã  já não é interessante
O ontem se revira

Das marcas aos troféus
Os sorrisos querem sempre estar
Perto daquilo que não  foi

E quem não foi
Dá adeus
E dá espaço para o amanhã

Que nenhum peso tem

Apenas perceba que
A coragem no caminhar
Depende apenas do seu equilíbrio

E que nos falta apenas enxergar
Que sós como nós . . .
São todos esses que como vemos

Não conhecem tão bem
A tal ansiedade
O tal do desespero

A maldita gravidade







quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

#130

Mendigo

Tudo aquilo que não tenho
Que não devo desejar
Nas horas em que não  tenho

Da voz que acalenta
A mágoa  que alimento
Tudo não passa de paciência 

Da ânsia  de não  ter
Do ser que se espera ser
Ou da paz que poderia a haver

Paz

Que na ausência se torna inferno
E ensina que da nossa paz
O inferno  se justifica

Assim como cada palavra
Cada movimento 
E nossas vans invenções 

Todas aos nossos traços 
Com raízes, manias
E imperfeições que nos descreve


Lucidez que se perde por escassez
E se encontra no pouco
Que resta da clareza

Como bons lapsos
De memória que persistem
E se mantém vivos

Sejam luzes que alumiam
Vozes que ainda falam
Marcas que não perdem cor

As vezes o tempo não consegue ir além 
De tudo aquilo que fugimos,
Das coisas que desejamos que se vá 

A roda do mundo
As vezes
Não gira tão depressa

E nos faz presos
Por tempo demais
Em uma estação que não é nossa

Onde nos encontramos
E percebemos que essa chuva
Não pára de cair

Sob nossa cabeça 











sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

#129

Longe da tua beleza
Longe daquilo que de forma alguma
Pode me curar

Longe do estrago que nao quero
E dos perfumes
Que malditos sejam

Me tiram da inércia 
Que costumo a chamar 
De paz que cultivei

Que vive a desmoronar

Seja sobre minha cabeça 
Ou de qualquer outro
Que nela confia

Toda criada sobre areias
Que se vão com vento
Sem qualquer destino

Ninguém sabe pra onde vão 
Assim como todo que só  achamos
Que é real. . . 

Guarde suas mentiras
E não as divida,
E por nada se divida

Guarde os pedaços 
E as ideias 
As suas raízes 

Mas as deixe crescer
Pra você e para seu eu
No momento eles importam

Talvez amanhã não 
Mas não terás dúvidas 
De quem . . . ?

Já não importa







domingo, 26 de janeiro de 2020

#128

Oque tanto queremos entender
Não passa do ar chegando
Bem aos nossos pulmões 

Sem mistérios ou jogos
Com transparência e sem venenos,
Se não os que bem escolhemos

A sensação do leveza e da queda
No mesmo sentimento 
Durante o simples abrir dos olhos

E continuamos sem saber dar nomes aos nossos pecados

Acredito que eles não tenham nomes
Muito menos cores ou formas
Mas o sabor fica na boca

No ar o perfume que não chamo de amor
Mas do valor do veneno
Pago em poucas palavras

Onde estão meus pilares quando mais preciso
Quando prevejo a queda
E quando sinto esse perfume?

Acho que é mais uma noite
De quimeras a festejar
E da livre queda meio ao eu

Que não desejo aos demônios 

Volte aos seus vôos 
Pra leveza das penas aos céus 
Mesmo que sejam seus

Mesmo que haja Sol todos os dias,
Ou que a chuva te molhe
E te deixe mais pesado

Voe. . .
Não importa pra onde

Voe.



quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

#127

Devaneios

Encontrados em cada esquina da vida
Em cada estrela roubada
Dos lugares que nunca fui

Mais parecem sonhos
Que prefiro chamar de
Distantes quimeras que mal  controlo

Vidros quebrados
E com um pouco de sorte
Apenas arranhões 

Que trazem a tona o sim e o não 
Mostrando cada vez mais
Novos arranhões 


Que não fiz


Não há nada diante daquelas nuvens
Que me faça acreditar
Que essa tempestade vai parar

Talvez os sorrisos
Sempre os sorrisos
Que estão  tão perto 

Que mal consegue-se ver
Que o desejo não consegue conter
A forma aleatória do ciclo 


Indo de encontro ao fim


Na direção dos loucos
Que não se contém 
E espalham por todo caminho seus DEVANEIOS

Não importa onde
Ainda se podem encontrar
De forma tão súbita 

Como seus novos arranhões .