segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

#116

Isso

Que mexe conosco e não diz oque é
Que mata aos poucos sem dizer porque
Que nos tira dos trilhos pelo simples querer da vida
Que cria novas feridas

Isso que não tem nome e nem sobrenome
Que grita em nossos ouvidos e nos sabota
De nós para nós
E essas feridas se tornam cicatrizes
Cada uma com um nome,

Sentimentos se tornam histórias
Histórias que o vento não leva
Que o tempo distancia
Cicatrizes se tornam histórias

Dia após dia olhamos para essas histórias
E todas estas ainda falam alto em nossos ouvidos
E nos faz mais insanos

Histórias que possuem fim
Que não precisam de mim
E estão ali por assim estar
Que dizem que sobrevivi

Ao amor e suas mazelas
As escadas de vidro
Ao sangue alheio
E as palavras mais doces

Que fazem sangrar caso o consciente não entenda,
Caso o coração abrace e os olhos se fechem
Caso sejamos mais um que não deseja acordar

Histórias que todos vivem
E que não termina.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

#115

Lá se vai

O carnaval da felicidade descoberta
Que descobre tristezas e deixa a felicidade em aberto

Como a sorte de uma roleta russa
Que nos acerta pela sorte do acaso
E nos desencaixa do quebra cabeças

E eu já perdi essa conta

De quantas vezes
Aquela arma nos teve em sua
Singela e doce mira

Vida após vida
Ossos por ossos
E ali estávamos uma vez mais

Sob a mesma chuva

De cores e confetes
Do bloco dos calados
Do amor desesperado

. . .do extremo que sois

Podíamos ouvir as gotas tocarem nossos corpos
Podíamos saborear o cinza do céu
E o doce das nuvens

Podíamos amar quantas vezes o mundo nos dissesse que não
Que ainda sim seria o mais perfeito carnaval

De vozes nas ruas
De fitas e foliões
Com o mesmo propósito de amar

Sob o mesmo céu acinzentado
Que ainda cai sob nossas cabeças e ombros

E lá se vai.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

#114

Me assusta esse jeito de estar preso
A algo que não me define
Que não me traduz
Mas que não me rouba a luz

Vejo tudo tão claro
Como se fosse a luz do sol perto de mim
Ao mesmo tempo que o desatino me leva para onde

Não sei.

Não sei ao certo o que chamo de certo
A cada minuto que passa conheço mais
Uum pouco do medo que tenho pelo errado

Mais uma noite e logo mais uma manhã
Onde eu encontro sol e me deparo
Com mais uma derrota, uma queda, um sorriso

Sorriso que não é o do espelho
Que não é o que conheço, mas o que desconheço
Com todos seus segredos e pontos

Como se livrar desses pontos!?
Digo quedas!
Se cada uma dá o devido sentido a essa chamada
Falha que amo cuidar

Observar de de telescópio
Viajar no meu caleidoscópio
E voltar para o meu inferno particular

Onde me deparo de novo com estes pontos
Dos quais luto para me manter sóbrio
Dentro do que chamo de paz

Dentro do meu caleidoscópio
Lutando contra essa enorme
Falta de paz




segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

#113


Tudo é tão bem escrito
Que bastava ser real para que se pudesse acreditar

Os medos se recriam
As paredes se afastam
E aquela fé ainda não voltou de viagem

Nos olhos,
Nossos textos impossíveis
Que ao serem lidos
Nos faria somente mais nus

Anos luz. . .

E você não entenderia uma só palavra que estivesse marcada naquele lugar

Tão nosso que esquecemos de visitar
Tão fundo que nos torna perdidos
Tão perdidos que nos descreve

Somente eu e suas digitais

Ainda me pergunto, onde você estava quando as estrelas resolveram descer?

Seu perfume ou o que restou dele
E é tudo que tenho para contar essa história

Suas digitais

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Quando você está ao meu lado
Tudo é perfeito
E nada mais importa se não o seu perfume, o seu sorriso, o seu carinho
E  então, não preciso dormir. . .

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