domingo, 24 de novembro de 2013

#70

Brincando com palavras

Mas acho que não é para mim
Talvez você diga que sim,
Mas não vejo bem assim

Imagino que as palavras devem voar
Sempre soltas e livres
Felizes por assim estar

Pelos seus sons e formas
Conquistando do cego ao surdo
Do mudo ao leigo

Sem medo da simples existência

Tentar não por tentar
Mas por saber que sempre lá está

...Aqui, lá, acolá

Quem sabe num baú?
Tantas dessas ficam guardadas
Que mal sei como usá-las

Sorrisos, olhos, estrelas
Sempre estão à me guiar
Mesmo assim...

Parece que eu nunca chego...Aonde?

Lá naqueles adoradores
Adoradores de palavras perdidas
Que por alguns minutos

Esquecem que existem
Ou que ao menos fingem
Não morrer para si só

Pela dor desconhecida
Pela dor da ansiedade
E sempre pela dor de desejar

Pecados...
Pois contra nós
Os cometemos conscientemente

E por alguns minutos
De mera consciência
Nos entregamos uma vez mais

A palavras perdidas.





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