Sob o frio
O ar dos pulmões
Parecem com a fumaça
De uma lareira qualquer
Não sei bem
Mas acho que as cinzas dessa lareira
Estão sempre espalhadas por todo lugar
A brasa deveria fazer melhor seu papel
Deveria esquentar o que resta,
Oque parece ter vida
Mas nem sempre
O tão "só" respirar
Não é nem nunca foi
Sinônimo de viver
Há quanto tempo questionamos
Sobre esse viver,
a quem da visceralidade que nos falta?
Tudo é intensidade
E um pouco daquilo que te faz mudar
De ideia quando nos olhamos no espelho
Desejando estar um pouco mais longe. . .
Cada vez mais longe. . .
De si
A fumaça permanece
Os pulmões, não mais
Deixam de funcionar
O frio engole de forma abstrata
E já não consigo ler
Os traços que eu mesmo fiz
As cinzas
Nunca foram tão claras
Como no agora