sexta-feira, 17 de maio de 2024

#142

Sob o frio

O ar dos pulmões 
Parecem com a fumaça 
De uma lareira qualquer

Não sei bem
Mas acho que as cinzas dessa lareira
Estão sempre espalhadas por todo lugar

A brasa deveria fazer melhor seu papel
Deveria esquentar o que resta,
Oque parece ter vida

Mas nem sempre

O tão "só" respirar
Não é nem nunca foi
Sinônimo de viver

Há quanto tempo questionamos
Sobre esse viver,
a quem da visceralidade que nos falta?

Tudo é intensidade
E um pouco daquilo que te faz mudar
De ideia quando nos olhamos no espelho

Desejando estar um pouco mais longe. . .

Cada vez mais longe. . .

De si

A fumaça permanece
Os pulmões, não mais
Deixam de funcionar

O frio engole de forma abstrata
E já não consigo ler
Os traços que eu mesmo fiz

As cinzas
Nunca foram tão claras
Como no agora