segunda-feira, 29 de abril de 2024

#141

O mesmo borrão 

Até então,
Não há mais chão 
Onde possa derramar tanto

Nem a tela aguenta mais
Tantas repetições
Ou qualquer cor que recebia

Tais pincéis
Que outrora falavam
Até mesmo sem bocas

Se calavam até para mim

A mesma paisagem
Que dava vida aquela janela
Ganhava mais formas

Recebia cada vez mais
Rabiscos incontáveis
Pela mesma mão 

Pelo mesmo que
Se recriava a cada dia
E se destruía junto da tela

Junto daquela paisagem
Ressurgia quantas vezes fosse
Para somente ressignificar

E redesenhar o mesmo sorriso

Que se ajustava
Reajustava
Se errava 

Entre os traços sobre ela
Os lábios em sua devida
Espessura, finura 

Cada coisa se encaixava
Deixando para trás
Oque se chamava de esboço 

E por fim 
Se transformava dia a mais
Em uma obra de arte 

Na minha esquisita arte.

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