sábado, 13 de fevereiro de 2016

#78

Cortem aquelas asas, 
Eles não  precisam mais delas. 
Não mais de cada sorriso
E nem mais da noite que se passa.

Seus  sorrisos já  foram copiados, 
Seus gestos guardados
E sim,  mais uma parte de você. 

Não precisamos mais daquele quadro
E as palavras que persistem em permanecer a nossa volta
Continuam com o mesmo sentido. 

Tem uma multidão olhando em nossa direção
Cada deles em suas janelas inquebráveis e
Com seus olhos maiores que os nossos

Eu tenho medo
Que esse buraco aumente cada vez mais,  e que todo esse controle que temos se perca pelo maldito tempo

... Acho que devo recomeçar

Cortem essas asas que vos entrego
Não precisamos mais voar para lugar algum. 
A dádiva de enxergar já não  parece tão importante também

As cópias que só  eu tinha guardadas comigo foram "perdidas"
O vento "levou"  uma a uma. 

Resta minha parte que ainda está  aqui
Naquela quadro.  
Todas as palavras descritas ali,  me explicam tudo que eu preciso saber e entender. 

Amor, felicidade, sorrisos... Sorriso,
E todo resto no qual acredito mesmo não  fazendo nenhum sentido. 

Os olhos que desejam ver sempre um pouco mais, 
Se deparam com uma janela e uma pequena fresta para estes enormes olhos

E sim...

Eu tenho medo
Que talvez esse buraco aumente cada vez mais,  e que todo esse controle que temos se perca pelo tempo.






4 comentários:

  1. Lindoooo, meu poeta favorito.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Irmão, posso sentir cada palavra como se minhas fossem. Um dó que só quem sabe sente. Um nó que na garganta prende a vontade de gritar e se expressar. Mas com maestria você desfaz os nós e os transforma num lindo laço que enfeita o final da tarde. Parabéns, poeta contemporâneo.

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