quarta-feira, 18 de setembro de 2024

#149

Me corroo pela simples erosão
A quem quero enganar,
Se são meu ossos que doem?

A surdez ainda que sozinha
Dá voz a minha mudez
Expõe a minha nudez

A alma passeia ao meu redor
Ao passo que em apenas
Um piscar de olhos

Ela se afasta . . .

Há uma imensidão
Das coisas que amamos
Guardadas à léguas de nós

Em qualquer baú,
Enterrado em qualquer lugar
Ou garrafas perdidas ao mar

E seja lá oque encontrar
Seja isso parte de você
Para relembrar suas importancias

Seus detalhes em meros rabiscos

Dando vida
Nos matando
Nos movendo

Sejam pelos sorrisos
Sejam por palavras
Seja . . .

Por implesmente poder
Respirar sem pesar
Quem sabe o mesmo ar

Sem que estes mesmos ossos
Continuem a se quebrar
Por todo lugar

E me espalhar
cada vez mais.

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