quarta-feira, 18 de setembro de 2024

#151

Mortes incontáveis
Diárias e tão continuas
Quanto o ar que a gente respira

Textos em vão
Iniciados ao decorrer do dia
Apagados por falta de palavras

Percebi com o tempo
Que cada palavra escrita
Não me leva a lugar algum

Aqui eu estou
Aqui eu me encontro
Aqui eu me escondo

Não há movimento perfeito
Mas cada tentativa
Sopra tão forte como um tufão

Tente fugir para qualquer direção
E falhe miseravelmente
Em suas mais insanas plenitudes

Em seus imperfeitos movimentos

A linha de chegada
Tem o cheiro da largada
Mas ainda falta algo

Estamos recomeçando
De qualquer ponto
E desconhecemos o agora

Ou já não faz diferença

Se estamos ou não aqui
Se reinventando
Se queimamos ou não

Começar de novo
Sempre te faz sangrar
Ao menos. . .

As minhas mãos.

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