quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

#106

Canto

A voz ecoa somente para mim
As paredes repetem com minha voz
Todas a palavras que tenho para você

Não é tão estranho
Este lugar já foi tão visitado
E hoje permanece como deixei

Não cobri seu rosto
Eu ainda preciso saber do que são feitas todas estas coisas

Do que eu sou feito

Estou disposto a saber
O que realmente existe do lado de cá, pois não são apenas medos

Existe um quebra cabeças mal montado
Partes da história da qual não fui feito
Da qual faço questão de esquecer

Guarde com você
Não peço-lhe tanto
Mas que salve isto de mim

Estamos voando baixo
demais. . .

Todos esses ritmos
Tons e vozes
Mantém tudo que conheço mais vivos

Uma simples vogal
Faria o maior e mais completo
E essas feridas jamais seriam questionadas

Seriam?

Minha voz ecoa nessas paredes
E nada mudou desde que eu parti
Todos esses vestígios só mostram que nada é menos que antes

E que cada vez mais
Toda essa empatia
É para aquele que se mantém

Eu?

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

#105

Só agora me dei conta da distancia

Você poderia me ouvir daí?

Escrevo para as estrelas
Sonho todos os dias
Jamais tirariam elas de mim

O céu me é  suficiente
Os olhos poderiam se fechar
E descansar o quanto quisessem

Ninguém pode me roubar daqui
As nuvens se parecem com a paz do sorriso que só me ganhar

E ninguém vai tirar isso de mim

Abro cada janela
Olho por cada um destes portais
E não estou fora

As minhas raízes sobrevivem
Eu não pareço tão longe
Mas não pareço estar aqui

A gravidade já não me alcança
E essas mesmas raízes
Já não querem estar tocar o chão

Não quero a lucidez que nos encadea a liberdade do simples
Do complexo basta o "eu"

Que rouba o principal
Se torna o centro inquestionável,
Absoluto e fugaz

Eu quero a paz da sua paz
Do olhar que não me deram
O pecado do seu eu

Hoje
Eu quero mais dessas estrelas
Pois ninguém pode me roubar.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

#104

Reviro os lenções
Procuro perfumes
E fecho meus olhos

Abro as portas
Perco os chão
Saio de mim

Encontro palavras
Invento um refrão
Te entrego minha confissão

Procuro por paz
Encontro na sua
Apenas sorrio

Não é timidez
O rosto junto ao seu
..................................

Desejo tudo
Desejo o mundo
Agarro o que posso

Será que devo?

Reviro as horas
Sinto o perfume
Estamos aqui

Fecho as portas
Continuo no chão
Nada é real

Me encontro ao espelho
Ouço minha voz
Repouso em paz

Descanso em palavras

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

#103

Adoraria mentir para o mundo
Dizer o quanto eu quero desistir
E o quanto eu apenas desejo

Todos aqueles pontos
Que desenhados com muita paciência
Completam cada detalhe do teu rosto

É perfeito
É limpo
É único

Aquelas notas soltas
Expressam tudo aquilo que não sai 
E por fim, nos tira o ar

Isso fica preso entre os dentes
E junto de cada sorriso
Um espasmo bobo

Difícil segurar esse peso
Fácil te encontrar na sua paz
Fazendo da minha paz
Você

Cordas soltas
E já não se pode segurar
A fé é uma piada, a dor  é méra coincidência

Saber lidar é viver
E esfregar toda a verdade de si em uma parede em branco

Não por mim
E menos por você
Mas talvez pelo muito

Pelo mundo
Imenso irreal
Pela distração

Em sua paz

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

#102

Não é tão fácil assim

São muitas estrelas
Muitos planetas na imensidão
Muito a dar de nós mesmos

Esticarei meu braço ao máximo
Farei todo esforço para mostrar
Todo amor que houver

E vos digo que é todo meu

Parecem pequenas gotas que caem dos céus e que molham muito pouco

Mas prometo que não se arrependerá

São pequenos fragmentos que mal
Posso descrever como sentimentos
Que mais parecem mais de mim

Desconheço oque acreditava conhecer
Apareço apenas por assim aparecer
Então desapareço simplesmente por desaparecer

De forma abstrata
Contraída pela gravidade
Com a menor vontade que se diz tão grande

Que se dane!
A gente só precisava crescer
Amadurecer em nós mesmos

Bem longe daqui ou de qualquer lugar que não seja bem aqui
Dentro de nós

Sorrir para ninguém
E estar bem com oque temos de melhor
Nós e os outros.

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

#101

Morram todas essas estrelas
E nasçam novamente
Em uma nova atmosfera

Num plano diferente do meu
Diferente do eu
Diferente de nós. . .

Voz

Que entra em nossos ouvidos como navalhas afiadas
Constante, irreal.

Mova-se, fuja desse amor
Que insiste a estar perto do precipício e do desperdício insuficiente

E onde se encontra a suficiência,
Se todos os dias derrubamos copos e mais copos de lembranças?

É tudo tão vago
Parecendo estradas vazias de almas perdidas que "jogam" amor

Desejar, alcançar, desejar

Tolo

A paixão te dá uma nova rasteira
E o coração se equilibra na corda circense que esgoela sua  vontade

Tola

Que tenta dizer que não
Mas que ama com cada fibra de seu corpo, mas prefere o ar dos seus pulmões sujos

Acreditem
Somos todos iguais
E estamos todos no mesmo circo

Convivendo com sorrisos e lágrimas que crescem nos mesmos
Lugares

Em nós,
Vós,
Eles.

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

#100

Não, me perdoe

Cada sentimento aqui
Sempre valeu a pena
Mesmo parecendo ser algo tão fútil

O peso de cada letra
O pesar de cada palavra
O amor em cada frase

Imperfeitas ou não
Não seriam as mesmas
Se nada disso tivesse existido

Estou de pé com essa caixa
E todas essas novas palavras que acabo de encontrar
Com todos os pedaços de papel
Que em belos dias se diziam memórias

Meros rascunhos
Que construíram todo esse enorme
Mundo que resumido a uma palavra
Eu chamaria de

Você

Ainda tento mesclar as melodias que crio para esquecer dos gritos que sempre deixo por aí

Moldo cada detalhe para que não se esqueça que essa ainda é a minha voz

Para que você entenda
O que não se pode explicar
Desde palavras mal feitas

À aquelas que dizem que te amo.

100 mais.


#99

Acabaram as palavras
Parece que elas saíram correndo por aí e não me avisaram ao certo para onde foram

Andei. . . Corri. . .
Fui aos lugares mais improváveis
Para encontrar metade de você
Mas eu nem mais espero

Encontrei parte de mim num pequeno pedaço de papel e o mais engraçado é que eu pareço gostar deste pedaço da história

Passamos tanto tempo escrevendo
a história, parte por parte e acabamos esquecendo de viver as melhores dela

Sem nome, sem rótulos e sem chão
Acho que não precisamos de nada disso para dizer quem somos ou oque queremos

Pequenos pedaços de papel
Pequenos papéis
Pequenas melodias

Sempre descrevem fatos
Simples e raros
E nos colocam sempre de volta nas histórias que nós mesmos contamos

Seja para quem for
Sempre tentaremos fazer das velhas histórias, as melhores e mais importantes

Algumas cheias de risadas e outras com tantas lágrimas que poderíamos encher alguns copos
até aqui

Hoje

Canto a melodia imaginando lentamente ...Amor.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

#98

A vista embassa
O navio continua a navegar
Não nosso dever impedí-lo
O que temos a entender da vida
Eu deixo para o sentimento que resta
Seja no início ou no fim

Muitos ainda precisam iniciar
Outros iniciam diversas vezes
Eu . . . Diria que não me importo em viver
Parece que cansamos das mesmas  respostas
São tantos sentimentos sem caminhos
E muitos que tinham caminhos, respostas. . .
Preferem respirar
Talvez haja esta possibilidade
Seja no próprio sorriso ou no de outro alguém
Sem espelhos, sem filtros, sem máscaras

Sob a luz do sol ou da "lua"
Nada se mantém coberto para sempre
Nem mesmo nossas estrelas

Nos encontramos em uma corrida
Que quanto mais nos faz feliz
Mais nos faz correr
Mas para onde?
Para quem?
Quem somos hoje?
Nós apenas crescemos,
E já perdemos o suficiente de nós para não dar o outro lado de nossa face
. . .
O navio continua a navegar
E desta vez nem você
Nem ninguém pode impedir

#97

Eu sou o ódio que você desconhece. . .
Que não segue direção
E que não deseja conhecer
O correto nome do perdão que não recebi

Os pulmões que funcionavam
Através da fumaça ddaqueles dias
Ainda conseguem viver dessa forma

O correto mais do que nunca
Tende muito mais
ao erro que não se esquece

Cubra o seu maldito rosto. . .

Que amor é esse que te faz perder a voz, e que trás a beira de um precipício onde só você morre?

Ninguém te deseja máquina
Ninguém te deseja raiva
Ninguém te quer. . .

Com aquele ódio nos olhos

A beira do maior colapso
Ou perto do menor amor
Aquele que você sente por si mesmo

Este sim é o único que deveria crescer, mas não como um fruto
Já entregue ao tempo
Pois nem o tempo aceitou
Nem as criaturas.
Que "quanto a si"
Preferiu se esquecer


segunda-feira, 19 de junho de 2017

#96

Ano e mês

E aquele grito que se mantinha preso
Tem quase que a mesma importância hoje
Tal como a canção que poderia salvar quem sabe

Parte daquele humilde poeta

Que mal conseguia se equilibrar
Sobre seus sentimentos
E que fugia daquilo que não era ela

Talvez fosse mais que vontade
Uma razão que só existia dentro daquela mente e alma

Que se despedaçára naquele momento

Este já não sabe oque é temer
a qualquer mal
Mas acaba por esquecer
Que a vida ainda possui seu valor

Maior, menor. . .

Não há forma de estar em sua alma para saber ao certo oque se passa, mas arriscaria dizer

Aquela canção de ninar poderia lhe salvar

Perdida
Sem sentido, sem cores
E hoje sem sorrisos.

#95

Não há estrelas nos céus hoje
Ao menos para os olhos que chamo de meus

Me despeço das nuvens que o vento leva como de costume
Então me recordo novamente do adeus

Dolorido como o último

Sem sentido, perdido

Maldita melodia que não me deixa esquecer!

Ainda não estou cego o suficiente para ver aquele nuvem querer partir deste lugar

Ela luta contra suas forças
Contra o seu deuses e os demais
Só para sentir mais daquele perfume

Até partir sem que ninguém perceba
E o cego que por sua vez lutava
Para mantê-la ali

Já não tinha forças para se equilibrar
E a deixou partir como bem pode
Olhando-a se desfazer

Em pequenos fragmentos de nós




sexta-feira, 28 de abril de 2017

#94

Sim

Eu me vejo mais velho que ontem
Posso enxergar minhas expressões mais nítidas e meus sorrisos mais amêno

Talvez eu tenha uma escolha melhor
Afim de não envelhecer mais do que devo
Ou de não me preocupar demais

Mesmo assim
Aqui estamos nós
Juntos de nossas poucas rugas

Cada vez mais esperando pela chegada do amanhã
Pela chegada de provisões de nossas escolhas

Não tenho orgulho de todas
Mas acredito que muitas delas já salvaram o que há de mim e daqueles crimes mal cometidos

Cada vez que me vejo de pé
Imagino que esteja para chegar alguma tempestade para vir de encontro do que resta

Não há oque se possa fazer

Então a deixo bater
Lhe mostro os caminhos
E cada linha escrita pela vida

São apenas letras que se misturam com um pouco de imaginação.
Há quem chame de criatividade

Que pode ou não mudar a cada dia
Que pode simplesmente nos deixar loucos devido ao nosso limite humano

As flores insistem em cair

E cair bem ao nosso lado
Bem perto no nada
De onde há paz

Exatamente onde me encontro