domingo, 14 de abril de 2024

#139

Em mar aberto

Não conseguimos ir além da imensidão
Os olhos encontram o horizonte
Mas este nem sempre faz sentido

O mar nem sempre permite
Tal vermelhidão que vemos
Sobre nossas cabeças

Talvez não precisemos entender
Os porques, as cores
As palavras que ficam no meio do caminho


Os desesperos que revivemos. . .


Creio na ideia
De que seremos sempre jovens
Para nossos erros

Prefiro não chamar de erro
Toda tentativa de ser feliz
De ganhar sorrisos

Prefiro não me queimar
Por todo auto flagelo
E criaturas que costumo criar


Quantas dessas já dei nomes de demônios . . .

A alma se sobrepõe
Afim de respirar
Acima de qualquer nuvem já vista

O ar se torna rarefeito
Os pensamentos e as ideias
Se desmontam 

Se remontam
E voltamos a mesma atmosfera
A própria nua alma


Ao mar aberto
E todos devaneios
Todo âmago entregue a si

Só.



terça-feira, 10 de outubro de 2023

#138

Ah chuva. . . 
Sinto falta da época em que você
era uma garoa
Onde tempestade que me tira a paz
Derramava suas lágrimas em outras esquinas

Seus ventos que outrora traziam apenas assobios
Hoje trazem poeira aos olhos de quem
Admirava em silêncio 

Um medo da tempestade,
Das mazelas que trazes,
E do gosto amargo do tempo que passa

As vezes parece tão cedo

A nuvens parecem mais baixas
Pesadas como pensamentos
daqueles que não sabem onde devem ou oque devem

Existir meio aos muitos
Ser alguém em qualquer lugar
Deixar ecoar vozes entre as vozes

Sem qualquer entendimento
Preenchimento de si só
E um pouco mais do só

A quem queremos enganar

Estamos em cima de um muro sem saber para onde cair
Estamos em toda parte
Meio a imperfeição de nossos passos

Somos e continuamos aspirantes
Da primeira garoa que vimos
Dentro do furacão que nos tornamos

Somos os sem palavras
Os que preferem os sorrisos
E que ainda tem medo dos furacões

Somos apenas aberrações vistas pelo lado contrário.



segunda-feira, 10 de julho de 2023

#137

Temos alguns minutos

Para nos refugiarmos em paz
No silêncio de nossa loucura
Constante e bem-vinda

Minutos de um refrigério inexistente
Que abraça e nos conforta
E que nos destrói em silêncio

Onde não podemos dizer
Mas sentimos pela frequência
Que por vezes...

Alta 
Às vezes baixa

Elas não nos levam sempre ao mesmo lugar
Mas os mesmos lugares nos encontram
Nestes, nem sempre se encontra o silêncio

Mas os pedaços sempre são encontrados por onde outrora
Passamos

Fugidos ou não
Do sim e do não
Sempre do não

Mas também quebramos
E quando nos encontramos
Nos perguntamos como estamos de pé?

Como chegamos aqui?
Como quebramos aqui?
E por que "aqui" é. . .

Tão importante para mim?

O sim toma a face do não
O não se entrega as variáveis da vida
E pelo sim, se transforma numa simples metáfora

Todos perdidos aqui.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

#136

Ao olhar as horas
Enxergamos o presente se espremendo
Dentro de nossas janelas

Segundo a segundo,
E temos um passado cada vez mais recente
De um presente que só vimos passar

Pensando no nada
Talvez pegando um ar para o próximo segundo
Que também se vai

Ou melhor dizendo,
Se foi . . . 

Cada nota por pensamento criado
E alguns segundos a serem contados sem os dedos

Dedos que escrevem suas loucuras na areia e deixa o mar as levarem junto dele
Sem remorsos, em paz

Seus devaneios escritos por linhas leves
Ao som da própria respeiração e do mundo a sua frente

Mais alguns segundos 

E o sentimento dos segundos voando bem em frente aos nossos olhos
Nos afoga

Não deixam o gosto
Se vão como as palavras ao mar
E terminam seguindo sem se explicar.







quarta-feira, 9 de março de 2022

#135

Vicio.

No abstrato indecorável
Que se renova com os dias
E que não traz sossego

Não acalenta e não permite.
O sono que revigora a alma
Se distancia e não me abraça

Tão importuno e tão sem forma,
Ou talvez de todas as formas,
Que se redesenha a cada vista

Mas nenhuma apresenta oque procuro

A arte de se manter a postos
Por aquilo que me subtrái
Em tantas partes diferentes

Que explicar a si mesmo
Perde a total naturalidade dos blocos
Que só as vezes

Chamo de eu

Sem a forma desejada
Ou de pensamento apropriado
Com sorrisos descalços

Me chamo de abstrato.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

#134

É Setembro

E damos adeus a mais um Outono.
Temos uma Primavera bem aqui a nossa frente e nunca sabemos como reagir a ela

Cada uma tão diferente da outra
Tão particulares e com tons tão próprios
Que mal sabemos como lidar

Já foram tantas que eu mesmo
Nunca tive jeito para encará-la como gostaria ou mesmo como deveria

Me arrisco em dizer 
"Que sorte a minha"
Afinal mais um Outono se foi

Não consigo contar nos dedos
E talvez os dedos possam apontar
Cada detalhe da história até aqui

São poucas estações
Diferentes em suas frenquências
Inúmeras  sâo suas histórias

E mal tenho dedos pra contar

Talvez possa contar oque lembro
Mas até a memória começa 
E termina onde já nem sei

Por isso me dedico a plantar
Pra que possa sempre me lembrar
Onde começa e onde pode terminar

Todas essas histórias que mal vivi
Que me perdi em baixo do meu enorme nariz
E que chorei de tanto rir

Talvez tivesse desistido
E então não aprenderia o mais importante de tudo.

Sorrir.

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

#133

De longe

Todas as luzes que vejo
Não passam de pontos
E sinceramente mal posso ver

O mar daqui se faz tranquilo
E o barco faz a viagem sem qualquer tremor
A vida parece inabalável

Pessoas que pouco falam
Também encontram as luzes
Mas não se importam tanto

Quanto a aquele menina. . .

Ela pensa na vida
Pensa nos sonhos
E no fundo busca caminhos

Ela quer chegar à todos
Quer percorrer cada um
Mas se tivessem alguns atalhos. . .

Talvez pudessem ser utilizados
Talvez fossem sem graça
Talvez ela faça

Seus grande olhos
Trazem uma esperança
É difícil explicar

Algumas palavras que poderiam,
Não chegam próximo do que se sente
E seus poucos movimentos
Ainda tiram o fôlego

De volta as luzes

Tentando encontrar algumas respostas
Que nem seus mapas, mais conhecidos por ela
Poderiam lhe entregar

E aqueles atalhos. . . .

Talvez sejam encontrados
No fechar dos olhos
Na mais profunda paz

No inspirar
No inflar dos seus pulmões
E nos sonhos ainda guardados.

Ela por ele,
Ele por ela.