sexta-feira, 23 de agosto de 2024

#147

Sim

Eu posso ouvir esse vento daqui
Que assusta se pelo acaso
E colide na melodia certa

Que ensina a esperar
Que afaga meio furacão
E me permite quem sabe

Dormir em uma paz inventada
Controlada pelas lembranças
Onde o timbre dessa voz

Acalenta ao dizer meu nome

Algumas gotas mais
E a balança se desequilibra
E eu não quero estar aqui

Alguns sinais que crio
Para que essa esperança não me esqueça
E para que eu saiba por onde volta

E se por ventura
Eu vier a esquecer esse caminho
Significa também que esqueci 

Meu nome

Então não deixe de me chamar
De gritar se preciso for
Para que eu lembre

Pelo timbre dessa voz
Ou pela raiva, ou pela entonação
Ou pelas palavras a mais

E qualquer forma que
Me traga de volta
Na mesma estação

Na mesma frequência

No mesmo timbre
E quem sabe
No mesmo Dó

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